Krishna/pt: Difference between revisions
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''Bhagavad Gita'' significa a “Canção de Deus” e foi escrito na forma de um diálogo entre Krishna e Arjuna. Krishna descreve a si mesmo como “o Senhor de tudo que respira” e “o Senhor que habita no coração de todos os seres”, ou seja, aquele que se uniu a Deus ou alcançou a união que é Deus. Ele diz: “Quando a bondade enfraquece e o mal aumenta, o meu Espírito ergue-se na Terra. Eu retorno em todas as eras para distribuir o sagrado, destruir o pecado do pecador e estabelecer a retidão”. | ''Bhagavad Gita'' significa a “Canção de Deus” e foi escrito na forma de um diálogo entre Krishna e Arjuna. Krishna descreve a si mesmo como “o Senhor de tudo que respira” e “o Senhor que habita no coração de todos os seres”, ou seja, aquele que se uniu a Deus ou alcançou a união que é Deus. Ele diz: “Quando a bondade enfraquece e o mal aumenta, o meu Espírito ergue-se na Terra. Eu retorno em todas as eras para distribuir o sagrado, destruir o pecado do pecador e estabelecer a retidão”.<ref>Swami Prabhavananda e C. Isherwood, ''Bhagavad Gita'' (Hollywood, Calif.: Vedanta Press, 1987), p. 58; Juan Mascaro, trad., ''The Bhagavad Gita'' (New York: Penguin Books, 1962), pp. 61–62.</ref> | ||
Arjuna é o amigo e discípulo de Krishna. O cenário é a véspera de uma importante batalha que determinará quem governará o reino. Krishna será o cocheiro de Arjuna. Pouco antes da batalha, Arjuna vacila, pois terá de combater e matar os seus parentes. Krishna explica a Arjuna que ele precisa combater por ser esse o seu dharma – o seu dever ou | Arjuna é o amigo e discípulo de Krishna. O cenário é a véspera de uma importante batalha que determinará quem governará o reino. Krishna será o cocheiro de Arjuna. Pouco antes da batalha, Arjuna vacila, pois terá de combater e matar os seus parentes. Krishna explica a Arjuna que ele precisa combater por ser esse o seu dharma – o seu dever ou | ||
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A interpretação hindu tradicional da batalha abrange dois aspectos. Primeiro, o esforço que Arjuna precisa fazer para cumprir o [[darma]] e reaver o reino. E também representa a guerra que ele precisa travar dentro de si mesmo entre as forças do bem e do mal – a sua natureza superior e a inferior. | A interpretação hindu tradicional da batalha abrange dois aspectos. Primeiro, o esforço que Arjuna precisa fazer para cumprir o [[darma]] e reaver o reino. E também representa a guerra que ele precisa travar dentro de si mesmo entre as forças do bem e do mal – a sua natureza superior e a inferior. | ||
Krishna | Krishna ensina a Arjuna os quatro [[Special:MyLanguage/yoga|ioga]]s, ou sendas de união com Deus, e explica que todos devem ser praticados. Os quatro iogas são o conhecimento ([[Special:MyLanguage/jnana yoga|jnana ioga]]), a meditação ([[Special:MyLanguage/raja yoga|raja ioga]]), o trabalho ([[Special:MyLanguage/karma yoga|karma ioga]]) e o amor e a devoção ([[Special:MyLanguage/bhakti yoga|bhakti ioga]]). Com o autoconhecimento, a meditação no Deus interior, a realização das obras do Senhor para equilibrar [[Special:MyLanguage/karma|carma]] e incrementar o bom carma e a devoção amorosa realizamos a senda de cada um dos [[Special:MyLanguage/four lower bodies|quatro corpos inferiores]]: o da memória, o mental, o dos desejos e o físico. | ||
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Podemos considerar Arjuna o arquétipo da alma de cada um de nós e Krishna, como o cocheiro de nossa [[Special:MyLanguage/soul|alma]], um só com o Eu Superior e o [[Special:MyLanguage/Holy Christ Self|Santo Cristo Pessoal]]. Podemos vê-lo ocupando a posição do Santo Cristo Pessoal, na [[Special:MyLanguage/Chart of Your Divine Self|Imagem do Eu Divino]], atuando como um mediador entre a alma e a [[Special:MyLanguage/I AM Presence|Presença do EU SOU]]. Krishna é a consciência do [[Special:MyLanguage/universal Christ|Cristo universal]]. | |||
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dor, também devemos visualizar a presença do Senhor Krishna sobre elas. Fazer o mantra e a canção com devoção até estarmos emanando tanto amor pelo Senhor Krishna, que ele toma o nosso amor, multiplica-o no coração, manda-o de volta através de nós, transmutando a situação e o respectivo registro. Se visualizarmos o Senhor Krishna sobrepondo-se a todos os envolvidos no problema, à raiva e ao peso, perceberemos que o nosso coração conseguirá afirmar que não existe nenhuma realidade a não ser Deus. Só Deus é real e Ele coloca a Sua Presença sobre a situação, personificando a Si mesmo, por intermédio do Senhor Krishna. | |||
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Elizabeth Clare Prophet | Elizabeth Clare Prophet lançou uma gravação em áudio de canções devocionais, ''Krishna: O Maha Mantra e os Bhajans'', que podem ser usados no exercício de cura de memórias dolorosas. Disponível em [http://www.ascendedmasterlibrary.org www.AscendedMasterLibrary.org]. | ||
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Krishna é um ser divino, uma encarnação da Divindade, um avatar. Ele é um dos mais celebrados heróis indianos de todos os tempos, povoa o imaginário e é alvo da devoção de todos os hindus nas muitas formas que assume: uma criança travessa e brincalhona, o amante das pastoras, o amigo e sábio conselheiro do poderoso guerreiro Arjuna.
O Bhagavad Gita
Krishna é considerado a oitava encarnação de Vishnu: a segunda pessoa da Trindade hindu. Sua história é contada no Bhagavad Gita – o texto religioso mais popular da Índia, composto entre o quinto e o segundo século a.C. – que integra o Mahabharata, importante épico indiano.
Bhagavad Gita significa a “Canção de Deus” e foi escrito na forma de um diálogo entre Krishna e Arjuna. Krishna descreve a si mesmo como “o Senhor de tudo que respira” e “o Senhor que habita no coração de todos os seres”, ou seja, aquele que se uniu a Deus ou alcançou a união que é Deus. Ele diz: “Quando a bondade enfraquece e o mal aumenta, o meu Espírito ergue-se na Terra. Eu retorno em todas as eras para distribuir o sagrado, destruir o pecado do pecador e estabelecer a retidão”.[1]
Arjuna é o amigo e discípulo de Krishna. O cenário é a véspera de uma importante batalha que determinará quem governará o reino. Krishna será o cocheiro de Arjuna. Pouco antes da batalha, Arjuna vacila, pois terá de combater e matar os seus parentes. Krishna explica a Arjuna que ele precisa combater por ser esse o seu dharma – o seu dever ou a sua razão de ser. Como membro da casta guerreira Arjuna tem de lutar, haja o que houver.
A interpretação hindu tradicional da batalha abrange dois aspectos. Primeiro, o esforço que Arjuna precisa fazer para cumprir o darma e reaver o reino. E também representa a guerra que ele precisa travar dentro de si mesmo entre as forças do bem e do mal – a sua natureza superior e a inferior.
Krishna ensina a Arjuna os quatro iogas, ou sendas de união com Deus, e explica que todos devem ser praticados. Os quatro iogas são o conhecimento (jnana ioga), a meditação (raja ioga), o trabalho (karma ioga) e o amor e a devoção (bhakti ioga). Com o autoconhecimento, a meditação no Deus interior, a realização das obras do Senhor para equilibrar carma e incrementar o bom carma e a devoção amorosa realizamos a senda de cada um dos quatro corpos inferiores: o da memória, o mental, o dos desejos e o físico.
Krishna como arquétipo do Cristo
Podemos considerar Arjuna o arquétipo da alma de cada um de nós e Krishna, como o cocheiro de nossa alma, um só com o Eu Superior e o Santo Cristo Pessoal. Podemos vê-lo ocupando a posição do Santo Cristo Pessoal, na Imagem do Eu Divino, atuando como um mediador entre a alma e a Presença do EU SOU. Krishna é a consciência do Cristo universal.
Quando nos devotamos a Krishna, cantando mantras e canções sagradas, o nosso amor abre um caminho que chega ao coração desse ser divino. A outra metade do caminho é Krishna quem abre. Ele retorna a nossa devoção multiplicada muitas vezes pela sua.
Cura da criança interior
O Senhor Krishna prometeu ajudar a curar a nossa criança interior, enquanto lhe cantamos mantras e bhajans e pede que visualizemos a sua Presença acima de nós, com a idade que tínhamos quando passamos por algum trauma emocional, dor física ou mental, nesta vida ou em vidas anteriores. Também podemos pedir que esses fatos passem pelo nosso terceiro olho, como se fossem slides ou um filme projetado em uma tela. Temos de avaliar a idade que tínhamos à época do trauma e, em seguida, visualizar o Senhor Krishna com a mesma idade – com seis meses, seis, doze ou cinquenta anos – e vê-lo pairando sobre nós e sobre toda a situação.
Caso haja outras pessoas envolvidas na situação que ocasionou essa dor, também devemos visualizar a presença do Senhor Krishna sobre elas. Fazer o mantra e a canção com devoção até estarmos emanando tanto amor pelo Senhor Krishna, que ele toma o nosso amor, multiplica-o no coração, manda-o de volta através de nós, transmutando a situação e o respectivo registro. Se visualizarmos o Senhor Krishna sobrepondo-se a todos os envolvidos no problema, à raiva e ao peso, perceberemos que o nosso coração conseguirá afirmar que não existe nenhuma realidade a não ser Deus. Só Deus é real e Ele coloca a Sua Presença sobre a situação, personificando a Si mesmo, por intermédio do Senhor Krishna.
Para mais informações
Elizabeth Clare Prophet lançou uma gravação em áudio de canções devocionais, Krishna: O Maha Mantra e os Bhajans, que podem ser usados no exercício de cura de memórias dolorosas. Disponível em www.AscendedMasterLibrary.org.
Fontes
Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, Os Mestres e os seus retiros, s.v. “Krishna.”
- ↑ Swami Prabhavananda e C. Isherwood, Bhagavad Gita (Hollywood, Calif.: Vedanta Press, 1987), p. 58; Juan Mascaro, trad., The Bhagavad Gita (New York: Penguin Books, 1962), pp. 61–62.