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Em sânscrito, Ishvara significa “Senhor do universo” ou “Senhor”. O hinduísmo considera-o “o aspecto pessoal imediato da suprema Divindade
[[File:Le temple Kalameshwara (Arsikere, Inde) (14388091487).jpg|thumb|upright=1.2|Templo de Ishvara, Arasikere, Índia (início do século XIII)]]
impessoal”.<ref>NATHAN, R.S. Comp., ''Symbolism in Hinduism'', Bombay: Central Chinmaya Mission Trust, 1983, p. 13</ref>Só podemos conhecer a personificação de Deus por meio das Suas extensões, às quais confere forma física e espiritual. Na realidade, existe apenas um único Deus, que se manifesta a nós de diversas maneiras. Os vários deuses do hinduísmo nada mais são do que raios de luz que emanam da Origem central única.  
Em sânscrito, '''Ishvara''' significa “Senhor do universo” ou “Senhor”. O hinduísmo considera-o “o aspecto pessoal imediato da suprema Divindade impessoal”.<ref>NATHAN, R.S. Comp., ''Symbolism in Hinduism'', Bombay: Central Chinmaya Mission Trust, 1983, p. 13</ref> Só podemos conhecer a personificação de Deus por meio das Suas extensões, às quais confere forma física e espiritual. Na realidade, existe apenas um único Deus, que se manifesta a nós de diversas maneiras. Os vários deuses do hinduísmo nada mais são do que raios de luz que emanam da Origem central única.  


''A Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion'' explica que “o Deus
A ''Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion'' explica que “o Deus da Cristandade e do Islã, assim como as divindades da mitologia hindu, são aspectos de Ishvara. A nossa razão humana só consegue conceber uma divindade que tenha forma e, por isso, precisamos do conceito de Ishvara. A forma mais disseminada de Ishvara no pensamento hindu é a trimurti, a Trindade [[Special:MyLanguage/Brahma|Brahma]], [[Special:MyLanguage/Vishnu|Vishnu]] e [[Special:MyLanguage/Shiva|Shiva]]”<ref>''Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion'', Boston: Shambhala, 1994, S. V. “Ishvara”.</ref>
da Cristandade e do Islã, assim como as divindades da mitologia hindu,
são aspectos de Ishvara. A nossa razão humana só consegue conceber
uma divindade que tenha forma e, por isso, precisamos do conceito de
Ishvara. A forma mais disseminada de Ishvara no pensamento hindu é
a trimurti, a Trindade Brahma, Vishnu e Shiva”.193<ref>Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion, Boston: Shambhala,
1994, S. V. “Ishvara”.</ref>


Ishvara is usually personified as one aspect of this Trinity. Various Hindu sects identify Ishvara with the highest figure in their pantheon—whether it be Brahma, Vishnu or Shiva. As described by the Hindu sage Ramanuja, “Ishvara...has an infinite number of supreme and auspicious qualities.... He has a most perfect body, which is eternal and immutable. He is radiant, full of beauty, youth, and strength. He is omnipresent; he is... the inner ruler of all.<ref>Klaus K. Klostermaier, ''A Survey of Hinduism'' (Albany, N.Y.: State University of New York Press, 1989), p. 377.</ref> You can think of Ishvara as being one with the great [[Atman]], the Presence of God that is part of and in your [[threefold flame]].  
Geralmente Ishvara é personificado em um dos aspectos dessa Trindade. Várias seitas hindus identificam-no como a figura mais elevada do seu panteão, seja ela Brahma, Vishnu ou Shiva. Como descreveu o sábio hindu, Ramanuja: “Ishvara... possui um número infinito de qualidades supremas e auspiciosas. Ele tem um corpo perfeito, eterno e imutável. É radiante, muito belo, jovem e forte. É onipresente e... é o governante interno de tudo”.<ref>Klaus Klosterman, ''A Survey of Hinduism'', Albany, N. Y.: State University of New York Press, 1989, p. 377.</ref> Podemos pensar em Ishvara como sendo um só com o grande [[Special:MyLanguage/Atman|Atman]], a Presença de Deus que faz parte da [[Special:MyLanguage/threefold flame|chama trina]].  


Swami Prabhavananda and Christopher Isherwood write:  
Swami Prabhavananda e Christopher Isherwood escrevem:  


<blockquote>What is important is the concept of devotion. Devotion to a personal ideal of God brings with it a natural inclination to humility and service. If we set ourselves to serve Ishvara, if we dedicate our actions and surrender our wills to him, we shall find that he draws us to himself. This is the grace of God, which Sri Ramakrishna compared to an ever-blowing breeze. You have only to raise your sail in order to catch it.<ref>Swami Prabhavananda and Christopher Isherwood, ''How to Know God: The Yoga Aphorisms of Patanjali'' (New York: Harper & Brothers, 1953), pp. 53–54.</ref></blockquote>
<blockquote>...o mais importante é o conceito de devoção. A devoção a um ideal pessoal de Deus traz consigo uma inclinação natural para a humildade e para o serviço. Se nos prepararmos para servir Ishvara e lhe entregarmos os nossos desejos, perceberemos que ele nos atrai para si. Essa é a graça de Deus que Sri [[Special:MyLanguage/Ramakrishna|Ramakrishna]] comparou a uma brisa permanente. Para aproveitá-la, basta levantar as velas<ref>Swami Prabhavananda e Christopher Isherwood, ''How to Know God: The Yoga Aphorisms of Patanjali'' (New York: Harper & Brothers, 1953), p. 53-54.</ref></blockquote>


During a dictation in 1977, Ishvara appeared on inner levels in a magnificent crystal filigree spiral of light as the representative of the hidden man of the heart, the Holy Christ Self. In that [[dictation]], Ishvara said:
Em um ditado de 1977, Ishvara apresentou-se em níveis internos, numa magnífica espiral de luz de filigrana de cristal, como o representante do homem oculto do coração, o [[Special:MyLanguage/Holy Christ Self|Santo Cristo Pessoal]]. Nesse [[Special:MyLanguage/dictation|ditado]] Ishvara disse:


<blockquote>I am the one, Ishvara.... I am in the light of the Holy of holies, in the within of the flame and in the secret chamber of the within. Come and find me in the center of the one that is thy life. Come and seek me to know my name and thus know the inner key to the release of that energy that will only give to thee life and life everlasting.<ref>Ishvara, “The Quivering of a Cosmos,” September 4, 1977.</ref></blockquote>
<blockquote>Eu sou Ishvara.... Eu sou a luz do Santo dos santos no interior da chama e na [[Special:MyLanguage/secret chamber of the heart|câmara secreta]] interior. Vinde e encontrai-me no centro daquela que é a vossa vida. Vinde e buscai-me para conhecer o meu nome e, com isso, conhecer a chave interior que liberará a energia que vos dará vida, e vida imortal.<ref>Ishvara, The Quivering of a Cosmos (O Estremecimento de Um Cosmo), 4 de setembro de 1977.</ref></blockquote>


On June 30, 1995, Ishvara said:
Em 30 de junho de 1995, Ishvara disse:


<blockquote>I am Ishvara. I speak on behalf of the Hindu Trinity. I may be to you in one moment Father, then Son, then [[Holy Spirit]] as defined by Shiva. This threefold flame that you acknowledge in your heart I portray to you as divine incarnation of the Trinity so that when you would look at the three plumes you would see Brahma in the blue, Vishnu in the yellow, Shiva in the pink.</blockquote>
<blockquote>
Eu sou Ishvara. Falo em nome da Trindade hindu. Para vós, em determinado momento, posso ser o Pai, ou o Filho ou o [[Special:MyLanguage/Holy Spirit|Espírito Santo]], como especificou Shiva. Descrevo esta chama trina que aceitais no vosso coração, como uma encarnação divina da Trindade, de forma que, ao olhardes para as três plumas, vejais Brahma na azul, Vishnu na amarela e Shiva na rosa.


<blockquote>Thus you begin to converse not merely with plumes that are flames dancing but with the Trinity of God within your heart. This is the meaning of the Atman. This is the meaning of the face of the Mother in the white sphere that supports the Trinity.</blockquote>
Com isso, conversareis com as plumas, que são chamas dançantes, e também com a Trindade de Deus no vosso coração. Esse é o propósito do [[Special:MyLanguage/Atman|Atman]]. Esse é o propósito da face da Mãe na esfera branca que sustenta a Trindade.


<blockquote>And so, wherever you call me, wherever I am, whenever you need me, I am Ishvara. And I provide for you an understanding of the Godhead that is the personality of God rather than the simple Spirit of God that is often conceived in the West as a vapor—vaporous and something that cannot be touched or worshiped, perhaps imbibed and perhaps even loved.</blockquote>
Sempre que me invocardes, onde quer que eu esteja, quando precisardes de mim EU SOU Ishvara. E vos proverei com uma compreensão da Divindade que é a personalidade de Deus, e não o simples Espírito de Deus, que é muitas vezes concebido no Ocidente como um vapor – vaporoso e que não pode ser tocado ou venerado; talvez assimilado e, quem sabe, amado.
</blockquote>


== Sources ==
<span id="Sources"></span>
== Fontes ==


{{MTR}}, s.v. “Ishvara.”
{{MTR-pt}}, s.v. “Ishvara.”


[[Category:Heavenly beings]]
[[Category:Seres celestiais]]


<references />
<references />

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Other languages:
Templo de Ishvara, Arasikere, Índia (início do século XIII)

Em sânscrito, Ishvara significa “Senhor do universo” ou “Senhor”. O hinduísmo considera-o “o aspecto pessoal imediato da suprema Divindade impessoal”.[1] Só podemos conhecer a personificação de Deus por meio das Suas extensões, às quais confere forma física e espiritual. Na realidade, existe apenas um único Deus, que se manifesta a nós de diversas maneiras. Os vários deuses do hinduísmo nada mais são do que raios de luz que emanam da Origem central única.

A Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion explica que “o Deus da Cristandade e do Islã, assim como as divindades da mitologia hindu, são aspectos de Ishvara. A nossa razão humana só consegue conceber uma divindade que tenha forma e, por isso, precisamos do conceito de Ishvara. A forma mais disseminada de Ishvara no pensamento hindu é a trimurti, a Trindade Brahma, Vishnu e Shiva[2]

Geralmente Ishvara é personificado em um dos aspectos dessa Trindade. Várias seitas hindus identificam-no como a figura mais elevada do seu panteão, seja ela Brahma, Vishnu ou Shiva. Como descreveu o sábio hindu, Ramanuja: “Ishvara... possui um número infinito de qualidades supremas e auspiciosas. Ele tem um corpo perfeito, eterno e imutável. É radiante, muito belo, jovem e forte. É onipresente e... é o governante interno de tudo”.[3] Podemos pensar em Ishvara como sendo um só com o grande Atman, a Presença de Deus que faz parte da chama trina.

Swami Prabhavananda e Christopher Isherwood escrevem:

...o mais importante é o conceito de devoção. A devoção a um ideal pessoal de Deus traz consigo uma inclinação natural para a humildade e para o serviço. Se nos prepararmos para servir Ishvara e lhe entregarmos os nossos desejos, perceberemos que ele nos atrai para si. Essa é a graça de Deus que Sri Ramakrishna comparou a uma brisa permanente. Para aproveitá-la, basta levantar as velas[4]

Em um ditado de 1977, Ishvara apresentou-se em níveis internos, numa magnífica espiral de luz de filigrana de cristal, como o representante do homem oculto do coração, o Santo Cristo Pessoal. Nesse ditado Ishvara disse:

Eu sou Ishvara.... Eu sou a luz do Santo dos santos no interior da chama e na câmara secreta interior. Vinde e encontrai-me no centro daquela que é a vossa vida. Vinde e buscai-me para conhecer o meu nome e, com isso, conhecer a chave interior que liberará a energia que vos dará vida, e vida imortal.[5]

Em 30 de junho de 1995, Ishvara disse:

Eu sou Ishvara. Falo em nome da Trindade hindu. Para vós, em determinado momento, posso ser o Pai, ou o Filho ou o Espírito Santo, como especificou Shiva. Descrevo esta chama trina que aceitais no vosso coração, como uma encarnação divina da Trindade, de forma que, ao olhardes para as três plumas, vejais Brahma na azul, Vishnu na amarela e Shiva na rosa.

Com isso, conversareis com as plumas, que são chamas dançantes, e também com a Trindade de Deus no vosso coração. Esse é o propósito do Atman. Esse é o propósito da face da Mãe na esfera branca que sustenta a Trindade.

Sempre que me invocardes, onde quer que eu esteja, quando precisardes de mim EU SOU Ishvara. E vos proverei com uma compreensão da Divindade que é a personalidade de Deus, e não o simples Espírito de Deus, que é muitas vezes concebido no Ocidente como um vapor – vaporoso e que não pode ser tocado ou venerado; talvez assimilado e, quem sabe, amado.

Fontes

Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, Os Mestres e os seus retiros, s.v. “Ishvara.”

  1. NATHAN, R.S. Comp., Symbolism in Hinduism, Bombay: Central Chinmaya Mission Trust, 1983, p. 13
  2. Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion, Boston: Shambhala, 1994, S. V. “Ishvara”.
  3. Klaus Klosterman, A Survey of Hinduism, Albany, N. Y.: State University of New York Press, 1989, p. 377.
  4. Swami Prabhavananda e Christopher Isherwood, How to Know God: The Yoga Aphorisms of Patanjali (New York: Harper & Brothers, 1953), p. 53-54.
  5. Ishvara, The Quivering of a Cosmos (O Estremecimento de Um Cosmo), 4 de setembro de 1977.