Milarepa/pt: Difference between revisions

From TSL Encyclopedia
(Created page with "''Milarepa, Aquele que Escutou'', Nicholas Roerich (1925)")
No edit summary
 
(42 intermediate revisions by 4 users not shown)
Line 4: Line 4:
'''Milarepa''' (1040-1143) é um santo venerado e um poeta do Budismo tibetano que alcançou grande mestria nos [[Special:MyLanguage/siddhis|poderes iogues]], incluindo a [[Special:MyLanguage/levitation|levitação]] e o deslocamento pelo ar. Geralmente ele é representado com a mão direita em concha, junto ou próxima à orelha. Alguns supõem que isso indica que Milarepa é um shravaka, que é um discípulo do Buda, um “ouvinte” (shravaka significa “ouvir, escutar”). Outros acreditam que o gesto também simboliza a capacidade que o mestre tem de reter nos ouvidos os ensinamentos e as doutrinas Budistas. Milarepa foi um mestre dos ensinamentos esotéricos do [[Special:MyLanguage/tantra|tantra]], transmitidos oralmente pelo guru ao discípulo.
'''Milarepa''' (1040-1143) é um santo venerado e um poeta do Budismo tibetano que alcançou grande mestria nos [[Special:MyLanguage/siddhis|poderes iogues]], incluindo a [[Special:MyLanguage/levitation|levitação]] e o deslocamento pelo ar. Geralmente ele é representado com a mão direita em concha, junto ou próxima à orelha. Alguns supõem que isso indica que Milarepa é um shravaka, que é um discípulo do Buda, um “ouvinte” (shravaka significa “ouvir, escutar”). Outros acreditam que o gesto também simboliza a capacidade que o mestre tem de reter nos ouvidos os ensinamentos e as doutrinas Budistas. Milarepa foi um mestre dos ensinamentos esotéricos do [[Special:MyLanguage/tantra|tantra]], transmitidos oralmente pelo guru ao discípulo.


<span id="The_story_of_his_life"></span>
== A história de sua vida ==
== A história de sua vida ==


Os tibetanos, sem exceção, reverenciam Milarepa como um importante santo budista que atingiu a iluminação plena. A história de sua vida e da sua senda está registrada em uma biografia escrita por um dos seus discípulos. Nela, Milarepa conta fatos da própria vida: da [[Special:MyLanguage/Black magic|black artsprática das artes negras]], na juventude, passando pelas penitências e pelo período probatório, sob a direção de um [[Special:MyLanguage/Guru|Guru]] da Verdadeira Doutrina, até à sua iniciação na “Senda da Luz” e à prática da renúncia e da meditação.<ref>Veja, W. Y. Evans-Wentz; Milarepa, História de um Yogi Tibetano. São Paulo: Pensamento, 1951.</ref>
Os tibetanos, sem exceção, reverenciam Milarepa como um importante santo budista que atingiu a iluminação plena. A história de sua vida e da sua senda está registrada em uma biografia escrita por um dos seus discípulos. Nela, Milarepa conta fatos da própria vida: da [[Special:MyLanguage/Black magic|prática das artes negras]], na juventude, passando pelas penitências e pelo período probatório, sob a direção de um [[Special:MyLanguage/Guru|Guru]] da Verdadeira Doutrina, até à sua iniciação na “Senda da Luz” e à prática da renúncia e da meditação.<ref>Veja, W. Y. Evans-Wentz; Milarepa, História de um Yogi Tibetano. São Paulo: Pensamento, 1951.</ref>


Milarepa aprendeu as artes negras para vingar-se de  parentes perversos. Na festa de casamento de um primo, valendo-se de bruxaria, derrubou a casa do tio, matando todos os convidados. Quando os aldeões
Milarepa aprendeu as artes negras para vingar-se de  parentes perversos. Na festa de casamento de um primo, valendo-se de bruxaria, derrubou a casa do tio, matando todos os convidados. Quando os aldeões
Line 25: Line 26:
[[File:Milarepa the one Who Harkened 1925.jpg|thumb|upright=1.4|''Milarepa, Aquele que Escutou'', Nicholas Roerich (1925)]]
[[File:Milarepa the one Who Harkened 1925.jpg|thumb|upright=1.4|''Milarepa, Aquele que Escutou'', Nicholas Roerich (1925)]]


== The lessons of Milarepa’s life ==
<span id="The_lessons_of_Milarepa’s_life"></span>
== As lìções da vida de Milarepa ==


The ascended master [[Lanello]] has spoken of the lessons of Milarepa’s life:  
Sobre as lições de vida de Milarepa, o Mestre Ascenso [[Special:MyLanguage/Lanello|Lanello]] disse:  


<blockquote>Was not Milarepa continually building and tearing down houses? For Marpa, his guru, demanded excellence and ultimately exacted from Milarepa that excellence. When Marpa accepted Milarepa as a pupil, he warned him: “If I impart to thee the Truth, it will entirely depend upon thine own perseverance and energy whether thou attainest liberation in one lifetime or not.”<ref>Ibid., p. 91.</ref></blockquote>
<blockquote>
Não ficou Milarepa construindo e demolindo casas continuamente? Pois Marpa, o seu guru, exigia excelência e exigiu-a de Milarepa. Ao aceitá-lo como discípulo, Marpa avisou: “Se eu te ensinar a Verdade, dependerá inteiramente da tua própria perseverança e energia alcançares ou não a liberdade em uma existência.”<ref>Idem, p. 91.</ref>


<blockquote>Over time Marpa asked Milarepa to build four houses, each time directing him, after the house was well under construction, to fully or partially tear it down. When Milarepa brought to Marpa’s attention his cracked and bruised hands and legs and the large oozing sores on his back, Marpa said: “... If thou art really in search of the Truth, do not boast so about thy services, but continue waiting patiently and working steadily till thy building task is entirely finished.<ref>Ibid., p. 105.</ref></blockquote>
Com o passar do tempo, Marpa pediu a Milarepa que construísse quatro casas e, quando estas estavam parcialmente construídas, determinava que fossem demolidas, total ou parcialmente. Quando Milarepa chamou a atenção do guru para as suas mãos e pernas rachadas e feridas, e para as chagas abertas que tinha nas costas, Marpa disse: “Se buscas realmente a Verdade, não te gabes do serviço que realizas, mas continua a aguardar pacientemente e a trabalhar com afinco, até que a tua tarefa esteja concluída”.<ref>Idem, p. 105.</ref>


<blockquote>Milarepa said of this incident, “Considering within myself that such was the wish of my Guru, I felt that I must go on and do as commanded. I therefore took up my loads and carried them in front of me now, and thus went about the work.” He later realized, “It was because of my having committed such terribly wicked deeds in the earlier part of my life, that now I had to suffer such excruciating and indescribable tortures at the very outset of my search for a Faith and Doctrine to emancipate me.”<ref>Ibid., pp. 106, 128.</ref></blockquote>
Sobre este incidente, Milarepa disse: “Refletindo comigo mesmo que essa era a vontade do meu Guru, senti que deveria obedecer às suas ordens. Peguei os meus fardos, ajeitei-os sobre mim e fui trabalhar.” E, mais tarde, refletiu: “Como cometi atos absolutamente pecaminosos no início da minha vida, agora, no início da busca que faço pela Fé e por uma Doutrina que me emanciparão, tenho de sofrer torturas horríveis e indescritíveis.”<ref>Idem.pp. 106, 128.</ref>


<blockquote>When Milarepa had passed his initiations, Marpa explained to him, “My son, I knew thee to be a worthy ''shishya'' [disciple] from the very first.... And it was with a view to cleansing thee from thy sins that I had thee to work so hard upon the four houses. The houses themselves symbolize ... the four types of action, each house representing one of the four, namely, the peaceful, the powerful, the fascinating and the stern, respectively.</blockquote>
Depois de Milarepa ter passado as suas iniciações, Marpa explicou-lhe: “Meu filho, soube que eras um digno ''shishya'' [discípulo] desde o início. E foi no propósito de limpar-te dos teus pecados que te fiz trabalhar tão arduamente nas quatro casas. As casas simbolizam a natureza de quatro tipos de ação, a saber: a pacífica, a poderosa, a fascinante e a austera.


<blockquote>“I purposely wanted to fill thy heart with bitter repentance and sorrow, verging on despair, by turning thee out ignominiously. And thou, for having borne all those trials with patience and meekness, without the least change in thy faith in me, shalt have, as the result, disciples full of faith, energy, intelligence and kind compassion, endowed from the first with the qualifications essential to worthy ''shishyas''.”<ref>Ibid., pp. 133, 134–35.</ref></blockquote>
“Procurei encher deliberadamente o teu coração de amargo arrependimento e de sofrimentos, prestes a desesperar, tratando-te ignominiosamente. E tu, suportando todas essas provas com paciência e humildade, sem nenhuma alteração na tua fé em mim, terás, como resultado, discípulos cheios de fé, energia, inteligência e generosa compaixão, dotados de todas as qualificações essenciais para serem dignos shishyas.”<ref>Idem. pp. 133, 134-35</ref>


<blockquote>Be reminded of the yogi, beloved. Be reminded that if you desire enough to get out of the cage of self, you will get out of it and you will transcend yourself!</blockquote>
Lembrai-vos do iogue, amados. Lembrai-vos que se o vosso desejo for suficientemente forte para vos retirar da jaula do ser, saireis dela e transcendereis a vós mesmos!


<blockquote>Did not Milarepa sit in a cave in obedience to his guru? Did he not become green from eating nettles and yet would not budge from his cave until he received the key to his victory? When you want something enough, beloved, ''you will have it''.</blockquote>
Não ficou Milarepa sentado em uma caverna, obedecendo ao seu guru? Não ficou verde de tanto comer urtigas e, ainda assim, ali permaneceu, até receber a chave da vitória? Quando desejais algo intensamente, amados, ''obtê-lo-eis''.


<blockquote>Therefore, [[Padma Sambhava]] and I come to you. And we remind you of the teaching that your call compels our answer. If your call is a weak little call, halfhearted, you will get a weak little answer, halfhearted.</blockquote>
Por isso viemos, [[Special:MyLanguage/Padma Sambhava|Padma Sambhava]] e eu, e vos lembramos o ensinamento que diz que o vosso chamado exige uma resposta nossa. Se fizerdes um chamado fraco e sem entusiasmo, a resposta terá a mesma intensidade.


<blockquote>But if, with all the fervor of your heart and mind and being, you cry out to God and to the [[Great White Brotherhood]] on behalf of those who are suffering in the earth, and you offer powerful invocations as you walk up and down in the night, beloved—if you do this daily with the intensity that you would offer to God if, for instance, you held your dying child in your arms and were pleading for his life, you will establish such a tie with the heart of the Godhead that no lawful prayer you offer for the rest of your life will be denied you!</blockquote>
Mas, amados, se com todo fervor do vosso coração, da vossa mente e do vosso ser clamardes a Deus e à [[Special:MyLanguage/Great White Brotherhood|Grande Fraternidade Branca]] em prol dos que sofrem na Terra, e oferecerdes invocações fervorosas, enquanto caminhais na noite, acima e abaixo – e o fizerdes diariamente, com a intensidade com que apelaríeis a Deus, se por acaso, carregásseis nos braços um filho moribundo e implorásseis pela sua vida – estabelecereis um vínculo tão forte com o coração da Divindade que, pelo resto das vossas vidas, nenhuma prece lícita que oferecerdes será ignorada!


<blockquote>And the intensity of God’s power that will be given to you in return shall be enough to literally move mountains of your karma and open the way for resolution through your [[Holy Christ Self]] and [[God Harmony]], that great [[cosmic being]] who ensouls the harmony of God.<ref>Lanello, “I Am Sent to Father You and to Mother You,” {{POWref|38|37|, August 27, 1995}}</ref></blockquote>
A intensidade do poder de Deus que vos será concedido em retribuição, será suficiente para remover, literalmente, montanhas do vosso carma e abrir caminho para resoluções do [[Special:MyLanguage/Holy Christ Self|Santo Cristo Pessoal]] e do [[Special:MyLanguage/God Harmony|Deus Harmonia]], importante [[Special:MyLanguage/cosmic being|ser cósmico]] que personifica a harmonia de Deus.<ref>Lanello, I Am Sent to Father You and to Mother You (Sou Enviado para vos Tratar Como Pai e como Mãe), Pérolas de Sabedoria, vol. 38, nº 37, 27 de agosto de 1995.</ref>
</blockquote>


In the [[age of Aquarius]], the ascended masters teach that the work of Milarepa becomes the inner work of undoing the misdeeds of our past lives and past karma. We must rebuild our house through striving and service and the use of the science of the spoken Word and the violet flame.
Na [[Special:MyLanguage/age of Aquarius|era de Aquário]], os mestres ascensos ensinam que o trabalho de Milarepa é um trabalho interno que desfaz as ações perniciosas das vidas passadas e do carma passado. Precisamos reconstruir a nossa casa com esforço, serviço e o uso da ciência da Palavra falada e da chama violeta.


As Lanello says:
Como diz Lanello:


<blockquote>This will take time and hard work, but you can do it, beloved. You ''can'' and you ''must'' correct those things that only ''you'' can correct. For you have built a flawed structure, and the only thing you can do is to tear it down and build again.<ref>Ibid.</ref></blockquote>
<blockquote>Isso exige tempo e trabalho árduo, mas podeis fazê-lo, amados. ''Podeis'' e ''deveis'' corrigir aquilo que só ''vós'' podeis corrigir, pois edificastes uma estrutura imperfeita e a única coisa que podeis fazer é demoli-la e reconstruí-la.<ref>Idem.</ref></blockquote>


== Sources ==
== Sources ==


{{MTR}}, s.v. “Milarepa.”
{{MTR-pt}}, s.v. “Milarepa.”


[[Category:Heavenly beings]]
[[Category:Seres celestiais]]


<references />
<references />

Latest revision as of 00:17, 1 December 2023

Other languages:
Milarepa, thanka do Butão (final do século dezenove – início do século vinte

Milarepa (1040-1143) é um santo venerado e um poeta do Budismo tibetano que alcançou grande mestria nos poderes iogues, incluindo a levitação e o deslocamento pelo ar. Geralmente ele é representado com a mão direita em concha, junto ou próxima à orelha. Alguns supõem que isso indica que Milarepa é um shravaka, que é um discípulo do Buda, um “ouvinte” (shravaka significa “ouvir, escutar”). Outros acreditam que o gesto também simboliza a capacidade que o mestre tem de reter nos ouvidos os ensinamentos e as doutrinas Budistas. Milarepa foi um mestre dos ensinamentos esotéricos do tantra, transmitidos oralmente pelo guru ao discípulo.

A história de sua vida

Os tibetanos, sem exceção, reverenciam Milarepa como um importante santo budista que atingiu a iluminação plena. A história de sua vida e da sua senda está registrada em uma biografia escrita por um dos seus discípulos. Nela, Milarepa conta fatos da própria vida: da prática das artes negras, na juventude, passando pelas penitências e pelo período probatório, sob a direção de um Guru da Verdadeira Doutrina, até à sua iniciação na “Senda da Luz” e à prática da renúncia e da meditação.[1]

Milarepa aprendeu as artes negras para vingar-se de parentes perversos. Na festa de casamento de um primo, valendo-se de bruxaria, derrubou a casa do tio, matando todos os convidados. Quando os aldeões tentaram vingar a matança, ele provocou uma tempestade de granizo e destruiu-lhes as plantações.

Sentindo profundo remorso pelo que fizera, Milarepa procurou um guru, que lhe ensinasse o verdadeiro dharma. Um lama aconselhou-o a ir a um monastério no vale do Trigo, à procura do “mais valoroso entre os homens valorosos” – Marpa, o Tradutor. “Há entre ele e ti um vínculo cármico contraído em vidas passadas. Deves procurá-lo”.

Milarepa encontra Marpa, o seu instrutor e guru, com quem inicia uma senda rigorosa de discipulado, e enfrenta muitas adversidades. Antes de ser aceito como discípulo, Marpa manda-o construir uma casa e, depois, derrubá-la e, em seguida, reiniciar a construção. Isso aconteceu quatro vezes.

As paredes das casas representavam as paredes da magia negra que Milarepa estabelecera no próprio subconsciente. A magia negra está ligada ao uso equivocado do fogo sagrado da Mãe Divina. Quando praticada, seja no passado, seja no presente, vincula-se de forma profunda e causa estados distorcidos e desalinhados, e linhas irregulares de força. Milarepa precisa dispor-se a derrubar as paredes da magia negra e a reconstruí-las. Enquanto o fazia, o seu cinto eletrônico era desmantelado. O trabalho externo refletia o trabalho interno que era realizado.

Com o processo, Milarepa também descartava os falsos ensinamentos da manipulação de energia que os caídos lhe haviam ensinado. Ele precisava livrar-se da prática da magia negra e equilibrar o carma dos atos criminosos que cometera. Quando, finalmente, conquistou o direito de se tornar chela de um mestre verdadeiro, o seu orgulho havia sido quebrado e, com humildade, ele trilhou a senda da realização.

Milarepa, Aquele que Escutou, Nicholas Roerich (1925)

As lìções da vida de Milarepa

Sobre as lições de vida de Milarepa, o Mestre Ascenso Lanello disse:

Não ficou Milarepa construindo e demolindo casas continuamente? Pois Marpa, o seu guru, exigia excelência e exigiu-a de Milarepa. Ao aceitá-lo como discípulo, Marpa avisou: “Se eu te ensinar a Verdade, dependerá inteiramente da tua própria perseverança e energia alcançares ou não a liberdade em uma existência.”[2]

Com o passar do tempo, Marpa pediu a Milarepa que construísse quatro casas e, quando estas estavam parcialmente construídas, determinava que fossem demolidas, total ou parcialmente. Quando Milarepa chamou a atenção do guru para as suas mãos e pernas rachadas e feridas, e para as chagas abertas que tinha nas costas, Marpa disse: “Se buscas realmente a Verdade, não te gabes do serviço que realizas, mas continua a aguardar pacientemente e a trabalhar com afinco, até que a tua tarefa esteja concluída”.[3]

Sobre este incidente, Milarepa disse: “Refletindo comigo mesmo que essa era a vontade do meu Guru, senti que deveria obedecer às suas ordens. Peguei os meus fardos, ajeitei-os sobre mim e fui trabalhar.” E, mais tarde, refletiu: “Como cometi atos absolutamente pecaminosos no início da minha vida, agora, no início da busca que faço pela Fé e por uma Doutrina que me emanciparão, tenho de sofrer torturas horríveis e indescritíveis.”[4]

Depois de Milarepa ter passado as suas iniciações, Marpa explicou-lhe: “Meu filho, soube que eras um digno shishya [discípulo] desde o início. E foi no propósito de limpar-te dos teus pecados que te fiz trabalhar tão arduamente nas quatro casas. As casas simbolizam a natureza de quatro tipos de ação, a saber: a pacífica, a poderosa, a fascinante e a austera.

“Procurei encher deliberadamente o teu coração de amargo arrependimento e de sofrimentos, prestes a desesperar, tratando-te ignominiosamente. E tu, suportando todas essas provas com paciência e humildade, sem nenhuma alteração na tua fé em mim, terás, como resultado, discípulos cheios de fé, energia, inteligência e generosa compaixão, dotados de todas as qualificações essenciais para serem dignos shishyas.”[5]

Lembrai-vos do iogue, amados. Lembrai-vos que se o vosso desejo for suficientemente forte para vos retirar da jaula do ser, saireis dela e transcendereis a vós mesmos!

Não ficou Milarepa sentado em uma caverna, obedecendo ao seu guru? Não ficou verde de tanto comer urtigas e, ainda assim, ali permaneceu, até receber a chave da vitória? Quando desejais algo intensamente, amados, obtê-lo-eis.

Por isso viemos, Padma Sambhava e eu, e vos lembramos o ensinamento que diz que o vosso chamado exige uma resposta nossa. Se fizerdes um chamado fraco e sem entusiasmo, a resposta terá a mesma intensidade.

Mas, amados, se com todo fervor do vosso coração, da vossa mente e do vosso ser clamardes a Deus e à Grande Fraternidade Branca em prol dos que sofrem na Terra, e oferecerdes invocações fervorosas, enquanto caminhais na noite, acima e abaixo – e o fizerdes diariamente, com a intensidade com que apelaríeis a Deus, se por acaso, carregásseis nos braços um filho moribundo e implorásseis pela sua vida – estabelecereis um vínculo tão forte com o coração da Divindade que, pelo resto das vossas vidas, nenhuma prece lícita que oferecerdes será ignorada!

A intensidade do poder de Deus que vos será concedido em retribuição, será suficiente para remover, literalmente, montanhas do vosso carma e abrir caminho para resoluções do Santo Cristo Pessoal e do Deus Harmonia, importante ser cósmico que personifica a harmonia de Deus.[6]

Na era de Aquário, os mestres ascensos ensinam que o trabalho de Milarepa é um trabalho interno que desfaz as ações perniciosas das vidas passadas e do carma passado. Precisamos reconstruir a nossa casa com esforço, serviço e o uso da ciência da Palavra falada e da chama violeta.

Como diz Lanello:

Isso exige tempo e trabalho árduo, mas podeis fazê-lo, amados. Podeis e deveis corrigir aquilo que só vós podeis corrigir, pois edificastes uma estrutura imperfeita e a única coisa que podeis fazer é demoli-la e reconstruí-la.[7]

Sources

Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet, Os Mestres e os seus retiros, s.v. “Milarepa.”

  1. Veja, W. Y. Evans-Wentz; Milarepa, História de um Yogi Tibetano. São Paulo: Pensamento, 1951.
  2. Idem, p. 91.
  3. Idem, p. 105.
  4. Idem.pp. 106, 128.
  5. Idem. pp. 133, 134-35
  6. Lanello, I Am Sent to Father You and to Mother You (Sou Enviado para vos Tratar Como Pai e como Mãe), Pérolas de Sabedoria, vol. 38, nº 37, 27 de agosto de 1995.
  7. Idem.